O norte do Vietnã, mais precisamente nas fronteiras com a China e o Laos, é como se fosse um país a parte. Habitado pelos Hmong, populações nativas de culturas e tradições totalmente diferentes do resto do país, já habitavam essa região muito antes da nação vietnamita ser consolidada. Um trem cinquentão reformado, importado de uma Inglaterra que o descartou há algumas décadas, faz o trajeto noturno, em sete horas, de Hanói até a estação de Lao Cai. De lá, uma van fretada pelo seu hotel vai te levar até Sa Pa.
Este é o último de nove vídeos da série que fizemos sobre o Vietnã. Todos foram gravados em Maio/2015, em uma viagem de 30 dias que percorreu o país de sul a norte. Assista também aos outros episódios:
Vietnã Ep.01 – Delta do Mekong – Os mercados flutuantes de um dos maiores deltas do mundo.
Vietnã Ep.02 – Saigon (Ho Chi Minh City) – A Belle Époque francesa e a Guerra do Vietnã.
Vietnã Ep.03 – Saigon 2 – O nome já mudou para Ho Chi Minh City há 40 anos, mas você vai acabar chamando de Saigon – a frenética metrópole do sul dos dias de hoje.
Vietnã Ep.04 – Dalat – A Campos do Jordão do Vietnã.
Vietnã Ep.05 – Hoi An – Chapéus de cone, bicicletas velhas e lanternas de papel – a Ásia que você estava procurando.
Vietnã Ep.06 – Hue – A cidade-sede do Vietnã Imperial.
Vietnã Ep.07 – Hanói – O que fazer em 48 horas na capital vietnamita.
Vietnã Ep.08 – Ha Long Bay – Como é fazer o cruzeiro de três dias.
Fazendo fronteira com a China, essa é a região mais ao norte do Vietnã. Fica numa altitude elevada, em meio a montanhas que prendem a neblina por boa parte do dia. Se o resto do Vietnã é quente como a Amazônia, em Sa Pa você pode precisar de um casaco. O chalé que eu fiquei era muito bom, com lareira nos quartos e terraços de frente para as cordilheiras.
Na cidade de Sa Pa, a economia já gira bastante em torno do turismo mas, nas vilas mais afastadas, ainda há várias comunidades tradicionais vivendo apenas de plantio e agricultura.
A primeira caminhada é curta, mas o vilarejo é um dos mais interessantes. É a vila de Cat Cat, a mais próxima. Ela é ocupada pelos Black Hmong, uma das dezenas de tribos indígenas que ainda sobrevivem no país. Embora não pareça, a renda desses trabalhadores é extremamente baixa. Isso só não fica visível porque, por viver da subsistência, o dinheiro não é o bem mais valorizado por essa população.
O interessante é que, ao se visitar comunidades como essas, o comum que se enfoque em tudo que as pessoas não possuem. Mas basta olhar so seu redor e ver como a vista alcança longe. Assim, é muito fácil ter uma percepção de tudo que eles tem. É claro que, sob essas condições,
o acesso a educação e ao consumo é muito difícil, mas a forma como estão integrados e conectados a natureza… isso é algo que quem vive nos ambientes competitivos das cidades nunca vai compreender.
No segundo dia a caminhada é mais longa. São cerca de vinte quilômetros entre rios e montanhas moldadas pelas plantações verticais de arroz. Homens trabalham com os búfalos e as mulheres fazem a colheita, muitas vezes carregando bebês nas costas. O ambiente é calmo, silencioso e, entre uma rajada de vento e outra, um búfalo ou lagarto aparece pra dizer oi.
Muitos viajantes que eu encontrei e conversei, ao longo dessa viagem pelo Vietnã, me desencorajaram a visitar Sa Pa : “- é muito turístico, perda de tempo”. Em primeiro lugar, eu sou turista. Em segundo, acho que quem pensa que um cenário desses é perda de tempo, ou não passou por aqui, ou não ficou por tempo suficiente.
Passei a segunda noite em Ta Van, no que eles chamam de homestay, que é um hotelzinho simples, com colchões no chão, em que o proprietário mora e recebe os visitantes.
Havia mais dois casais que também estavam pela região e passamos a noite bebendo vinho de arroz e jogando baralho.
Dá pra fazer tudo sozinho, mas ter um facilitador durante essa viagem compensa demais. Eu queria muito ir ao mercado de Bac Ha, que acontece só aos domingos, e a Mai, sorridente guia que me acompanhou, ajeitou minha vida para que a gente saísse do homestay cedo o bastante pra chegar em Sa Pa na hora de pegar o ônibus até Bac Ha. Se o trajeto do segundo dia teve as paisagens mais lindas, o terceiro é uma imersão cultural como em nenhum outro lugar do Vietnã.
Bac Ha fica inteira colorida porque, além da parte comercial, este também é o evento social da região. Todos se vestem com suas roupas mais chamativas para verem e serem vistos. O mercado não tem limite físico. Há um galpão principal, mas as ruas ao redor redor também ficam tomadas de tendas e há até uma setorização: há a parte de comida, a de tecidos, animais e, claro, o salão de beleza.
Sa Pa é uma região viva e encantadora. Vendo a forma como a transformação ocorre diante dos nossos olhos, e impossível imaginar como esse lugar estará nos próximos 10 ou 20 anos. A transformação é evidente, mas a natureza continua abundante. Quem visitar a região, vai encontrar um lugar onde tudo é fácil e todos querem ajudar.
– O que a região tem de especial, mesmo, são os cenários bucólicos das montanhas. Algumas agências vendem o passeio de uma noite mas, como leva de 6 a 8 horas para chegar de Hanoi, em um dia você vai apenas conhecer a cidade de Sa Pa, que é basicamente a zona hoteleira da região.
– Dá pra fazer independente, mas pode sair mais caro. No Kangaroo Caphe, custa aproximadamente US$ 180,00 por pessoa, com alguns cafés da manhã inclusos e um jantar caseiro fantástico preparado pela proprietária do homestay. Além disso, sem uma guia você se perderá facilmente pelas trilhas das montanhas.
– Há como ir de ônibus a partir de Hanói, mas a viagem de trem, em velhos vagões ingleses que parecem querer descarrilar a todo instante, é muito mais divertido.
Outra opção: escolha um dos tours abaixo! Muito prático:
Texto: Tiago Caramuru
Imagens: Tiago Caramuru
Edição: Tiago Caramuru / Anderson Spinelli
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