O Arquipélago de Chiloé é carregado de misticismo porque, daqui pra baixo, até o fim do mundo, é tudo Patagônia. Você nunca escutou falar de lá? Bem vindo ao clube! Vem com a gente que é sucesso!
Pra chegar a Chiloé, foi o seguinte: um vôo de São Paulo a Santiago, capital do Chile e outro vôo de uma hora até Puerto Montt. Puerto Montt é o principal aeroporto da Região dos Lagos mas não é lá essa beleza, não. Então a noite foi em Puerto Varas, que é infinitamente mais simpática. Depois dessa passagem a jato, teve uma hora e meia de estrada até o canal de Chachao, o qual leva cerca de 20 minutos pra ser atravessado por balsa. Finalmente, estava na Isla Grande de Chiloé, a maior ilha do arquipélago de mesmo nome e segunda maior do Chile.
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Dá pra voar de Santiago até Castro, a maior cidade de Chiloé, diretamente. Mas o trajeto que eu fiz, a partir de Puerto Varas, além de ser lindo, é uma combinação que cai muito bem.
O lago se chama Llanquihue e, o vulcão, Osorno. Mas você não precisa decorar o nome de nenhum deles pra se encantar por Puerto Varas. Dá pra fazer vários desses takes, enquadrando o lago e o vulcão, já que a pequena cidade, com apenas 35 mil habitantes, se ergueu em função deles.É um lugar bem tranquilo, onde come-se e hospeda-se muito bem. Eu passei a noite no excelente Cabaña del Lago e, pela manhã, dei uma volta a pé pela cidade – a melhor forma de conhecê-la.
Numa passagem curta, como foi a minha, você pode subir o Cerro Calvario pra ver o casario bonito de Puerto Varas como se fosse uma maquete. Depois, andar pelas ruas pra ver as casas de perto e, ainda assim, elas parecerão uma maquete – só que gigante. Eu passei a noite no Cabaña del Lago, um hotel lindo e a poucos passos de onde estão as principais atividades de Puerto Varas, como kayak, bicicleta e os passeios de barco. E logo depois do almoço, peguei a balsa que, em meia hora, me transportou do continente para a Ilha de Chiloé.
Chegada a Ancud, Forte San Antonio, Museo de Las Iglesias e Curanto no agroturismo da Maria Luiza
Ancud, bem ao norte da ilha, foi a primeira parada. Quando se fala de América Latina, em algum instante os colonizadores se metem na história e, em Ancud, segundo centro urbano mais mais importante da ilha, os vestígios da colonização estão no Fuerte de San Antonio. E vale a pena também passar no Museo de las Iglesias, onde eles tem modelos em escala hiper realistas das 16 igrejas chilotas listadas pelo Patrimônio Mundial da UNESCO, incluindo as que a gente teve a chance de visitar depois, em: Quinchao, Achao, Nercon, Dalcahue e a Catedral de Castro.
A contagem oficial soma mais de 200 igrejas pelo arquipélago inteiro mas, estas, por serem 100% de madeira e não terem um prego sequer, foram consideradas as principais.
Agora, chega de conversinha. A razão mais nobre pra gente estar em Ancud era pra provar o famosíssimo Curanto. Tá certo que todo lugar do mundo é orgulhoso pelo seu prato típico mas, aqui, você não tem idéia do quanto falam disso! Mais que uma comida tradicional, o Curanto é um ritual. Começando pelo fato de que os chilotas tem um cômodo especial da sua casa para fazê-lo. Em um fogão de chão (sempre coberto, já que a região é chuvosa por metade do ano), aceso por brasa e pedra, mexilhões frescos são colocados pra assar junto com carne de porco e dezena de tipos de batatas. Cobre-se tudo então com folhas de pangue, uma planta gigante e grossa que mantém o calor. Depois de cerca de uma hora, retiram-se as folhas e voilá: um churras de mexilhões frescos e gigantes pra curtir a tarde inteira, numa mesa grade e cheia de gente tomando vinho. O mais legal de tudo: isso não é um restaurante, é a casa de uma moradora. A Maria Luiza tem um agroturismo, que é como eles chamam as casas dos locais que servem refeições para visitantes. Por US$ 20,00, você come e bebe a vontade,conhece esses personagens únicos e participa da história da ilha por um dia. Agende pelo telefone [tal], um dia antes.
Castro é a maior cidade de Chiloé. Eu sei que você não vai vir até aqui, em um lugar tão virgem e intocado, pra ficar vendo cidades. Mas não se preocupe: ser uma cidade grande aqui significa ter meia dúzia de semáforos e comércio que fica aberto além das três da tarde. Ainda há essa aura de vida de ilha, a galera se conhece e a solidariedade é um valor importante. Só parques nacionais, o arquipélago tem três. Isso sem contar o cenário bucólico das casas de campo espalhadas pelas ilhotas, fincadas entre florestas de pinheiros.
A vida é simples, mas a natureza é bruta e intensa. O Chile registra tremores de terra diariamente e as palafitas de Castro são um símbolo da resiliência do povo de Chiloé. Terremotos e tsunamis já destruíram essas moradias, que parecem uma fusão arquitetônica das comunidades ribeirinhas amazônicas com as casas de telhado cor pastel da Islândia, algumas vezes. No entanto, a população sempre está lá, firme e forte, pra reconstruí-las. Em alguns bairros, elas ainda são essencialmente residenciais; em outros, abrigam cafés e hotéis moderninhos super aconchegantes.
Chiloé se encontra nesse estágio em que o turismo cresce, mas com os locais participando. Os hotéis trazem conceitos de sustentabilidade, os mercados não viraram feiras de artesanato industrial. Está muito legal ver esse equilíbrio e espere que continue assim.
Em Quinchao, por exemplo, que é a segunda maior ilha, não tem nada voltado pra turista, não tem maquiagem alguma. A primeira coisa que você vai notar é a autenticidade. A quinze minutos de ferry da Isla Grande de Chiloé, Quinchao tem casas ainda menores e as vilas ainda mais pacatas. Mesmo que você não esteja fazendo a viagem de carro, pegue um pra circular por quinchao por um dia, parando nos miradores ao longo das ótimas estradas.
Cortar essas paisagens é mais legal que qualquer lugar que você possa chegar em Chiloé. Ainda assim, lá vai uma lista de lugars bem bacanas pra você visitar durante sua estada:
– O charmoso e simpático Restaurante Travessia, em Castro, na Isla Grande de Chiloé. Experimente o sorvete de mate com farinha tostada.
– O agroturismo da Dona Albertina, que serve empanadas de mexilhão com sucos de murta chilimoya (fruta do conde), também em Castro.
– O Mercado de Dalcahue, que é uma verdadeira feira que pega a cidade inteira.
– O lago Huillinco, pra dar uma volta de kayak ou fazer como os locais, usando-o como praia.
– Parque Nacional de Chiloé, na Ilha Grande de Chuiloé.
– Calçadão de Achao, na Ilha de Quinchao.
– Chulléc, um canto absurdamente pitoresco da Ilha de Quinchao.
– Ficar no Hotel Centro de Ocio, pra captar a essência do que é estar em Chiloé.
E não pense que é só isso não, a região possui diversas outras opções de passeios e tours! Clique aqui para uma lista completa ou escolha um abaixo para mais informações:
Sem enrolação: fique no hotel Centro de Ocio, em Chiloé. Há um ditado famoso em Chiloé que diz: “Quien anda apurado, pierde su tiempo” ou, “Quem anda apressado perde tempo”. Isso resume bem o quão próprio é o ritmo de vida dos chilotas e, tanto no hotel Centro de Ocio, que eu já gostei pelo nome, quanto na Chiloetnico, eles conseguiram captar a essência de tudo isso.
O único problema das belezas naturais é que elas despertam o seu cerne com tanta força, que você pode sentir sérias dificuldades pra voltar pra normalidade do seu dia-a-dia doidão. Todos os sons, cenários, cheiros, gostos e texturas combinam. É fácil demais explorar a região, não tem pegadinha pra turista e os preços não estão absurdos como, um dia, devem chegar a ser. Está aí um destino que eu vou começar a recomendar sem pensar duas vezes pra quem quiser uma aventura sem perrengue.
E no Centro de Ocio, a coisa funciona assim: você acorda no seu chalé, com essa vista. Vai pra casa principal, se esquanta um pouco na frente da fogueira, fala com o pessoal e vê quais são as expedições do dia que você pode acompanhar, toma um café da manhã espetacular e dá-lhe mais vista. A hora que se der conta, não vai ter sentido falta nenhuma da televisão que nunca esteve no seu quato. Cheiro de madeira acompanha e, pra que a experiência inesquecível ficasse bem gravada na caixola, ainda tivemos um Asado de Cordero, preparado no famigerado fogo de chão, na nossa última noite.
Para mais informações do hotel, tarifas e disponibilidade clique aqui.
Pra não dizer que não há nada pra fazer em Puerto Montt, é legal conhecer a região de Alngelmó. É uma espécie de mercadão, mas não espere a mesma beleza e nem a mesma qualidade das refeições de Puerto Varas. A gente teve que ir a Puerto Montt para pegar o vôo até Santiago do Chile e, então, aproveitou pra tomar nosso último pisco, com uma porção de Machas a Parmigiana (mexilhões com queijo derretido – não era parmesão). Foi uma celebração bem bacana pra encerrar essa viagem linda.
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As vezes é tanto Puerto isso e Punta aquilo que a gente começa a se confundir mas, pesquisando um pouco, é muito fácil organizar essa viagem. Guarde de três a cinco dias pra Chiloé, sem contar os dias de chegada e saída. E quando te disserem que você precisa visitar a região durante o verão, leve a sério. Isso não significa que vai estar quente – o fator crucial pra escolher essa época é que chove menos, as temperaturas se estabilizam entre 10 a 20 graus e o sol se põe pra lá das 9 da noite. São nada mais, nada menos, que 16 horas de luz natural por dia pra ficar embasbacado com essas paisagens. Os passeios podem ser contratados direto com o hotel ou pela Chiloetnico ( chiloetnico.cl ).
O 3em3 visitou Puerto Varas e Chiloé a convite do Chile Travel – Gobierno de Chile, com a cobretura do seguro GTA.
Texto: Tiago Caramuru
Imagens: Tiago Caramuru
Edição: Tiago Caramuru / Anderson Spinelli
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