Eu sempre imaginei Montevidéu como um lugar frio, desses na temperatura perfeita pra usar uma boa jaqueta, fazer pausas para o café, tomar vinho e comer bem. E eu acertei! É gostoso se surpreender com um lugar, mas também é bacana quando ele é exatamente o que a gente imagina.
Você chega no Uruguai pelo modernoso e eficiente Aeroporto Internacional de Carrasco. Saindo de lá, são cerca de quarenta minutos até Montevidéu, capital do Uruguai e onde moram metade dos três milhões de habitantes do país. A cidade é pequenina, mas não se engane pelas distâncias curtas – o Uruguai é um lugar pra levar a vida sem pressa. Em especial, Montevidéu, que tem uma aura intelectual e politizada. Berço de personalidades como Eduardo Galeano e José Mujica, a capital é um centro de debates e filosofia. A atmosfera provinciana engana quem não vai mais a fundo pra perceber que o Uruguai é um dos países mais progressistas do mundo. Não há constrangimento quando se permite ter a inteligência da dúvida e do questionamento.
Montevidéu é muito familiar e os uruguaios recebem os brasileiros de coração aberto. Eu me senti mais estrangeiro no Pantanal ou na Amazônia, por exemplo. Mesmo que você já tenha ido a cidade, garanto que aqui vão aparecer coisas que você não fez! Lá vai:
Pelo calmo centro histórico de Montevidéu, mapeie sua andança para começar com uma longa caminhada pela Avenida 18 de Julio, a principal artéria da cidade e onde está o mood mais europeu. A avenida termina na Plaza de la Independencia. Ali, está o Palácio Salvo, o mais reconhecível marco de Montevidéu. Em seu interior, se encontra o pequenino e super interessante Museu do Tango. Sim, o tango também é uruguaio. Há diversas polêmicas sobre a nacionalidade do estilo musical e até do próprio Carlos Gardel, maior nome do gênero. A explicação é que o tango, antes uma dança vulgar, cresceu nas zonas portuárias de Montevidéu e Buenos Aires, numa época em que só eram frequentadas por homens em busca de companhia paga. Como as capitais da Argentina e do Uruguai são muito próximas – aproximadamente 40 minutos por barco – , o intercâmbio sempre foi intenso. Entre tantas dúvidas, o que os uruguaios tem certeza é de que La Cumparsita, a canção de tango mais famosa já escrita, foi escrita no país. No museu, você terá a chance de ouví-la direto de uma vitrola, em um ambiente que replica o bar onde a canção foi criada.
Saindo dali, vá bem para o meio da Plaza de la Independecia, tire uma selfie com o General Artigas domando seu cavalo e, no subsolo, visite o memorial onde estão seus restos mortais. Militar nacionalista, ele é descrito pela história como o principal personagem da independência uruguaia, conquistada com a expulsão dos espanhóis em 1825.
A gente ADORA o Uruguai e temos mais episódios por lá! Clique aqui e veja todos os nossos posts deste país delicioso!
Você veio pelo lado mais agitado da cidade, passando pelo movimento da Avenida 18 de Julio e chegando a esta praça gigantesca, que é o centro gravitacional de Montevidéu. Agora, é hora de cruzar a porta da Ciudad Vieja e percorrer o Paseo Sarandí, uma rua pedestrianizada que leva até a nostálgica Plaza de la Constituición, primeira praça da cidade. Pelo caminho, várias lojinhas tradicionais. É tudo seguro e vale a pena visitar algumas da mais antigas, como a livraria Más Puro Verso.
Não deixe de passar pelo Mercado del Puerto que, apesar de ser muito mais uma praça de alimentação que um mercado, ainda tem seu charme durante a hora do almoço, quando as grelhas inclinadas preparam a santa parrilla de cada dia.
Preço: $U 150,00 (aprox. R$ 15,00) para o Museo do Tango, pagos na recepção. Todas os outros lugares mencionados são públicos.
Não se pode gastar uma vida sem passar ao menos uma longa tarde degustando vinhos. E no Uruguai, dá pra fazer isso a apenas quarenta minutos de Montevidéu, na bodega mais antiga e premiada do país, a Bodega Juanicó. Nota: bodega é vinícola – não tem nada a ver com bar barato ou podrão pra matar a fome com um pf.
A paisagem já é completamente diferente. O clima rural predomina nos jardins e parreiras que cercam os galpões onde estão as instalações da bodega – os mais antigos datam de 1830. Uma visita guiada vai te levar para conhecer um pouco dos processos de produção. A adega subterrânea, fria e cheia de barris e garrafas com a parte mais nobre da produção, é o highlight do tour. Porém, não é o mais gostoso, que ainda está por vir.
Chile e Argentina tem mais fama, mas a tradição vinícola do Uruguai não fica pra trás. Dá pra comprovar isso claramente na harmonização feita na Juanicó. O almoço é servido na sede da vinícola, um casarão colonial aconchegante, com móveis de madeira e aquecido por lareiras. Os frios e embutidos dão a partida com um delicioso vinho branco. E eu ainda poderia estragar sua surpresa dizendo que o ponto alto é a parrilla uruguaia, cheia de carnes suculentas, acompanhada do encorpadíssimo tinto Don Pascual. Mas vou deixar que você mesmo descubra isso quando estiver lá.
Preço: aproximadamente R$ 300,00 por pessoa, com transporte ida/volta, visita guiada, almoço e harmonização. Duração total de quatro horas. Reservas pelo próprio site da vinícola: juanico.com .
Nas noites de sábado e domingo, bem a frente do maravilhoso Teatro Solís – tipo o Municipal de Montevidéu – o Coche Teatro estaciona e espera o público subir. Até aí, tudo exatamente como um ônibus normal. Você entra, escolhe um assento e pronto. Uma vez que o veículo começa a se mover, os personagens da peça Barronegro começam a se revelar. Desconfie de quem estiver ao seu lado porque pode ser um ator. E há aqueles tipos que a gente encontra diariamente na rua: o bêbado, o falastrão, a velhinha, o machão… tudo pra que a gente possa se identificar imediatamente. Quem não fala espanhol fluente pode perder uma coisa ou outra, já que o sotaque uruguaio é bem carregado e cheio de gírias. Mas não é nada que prejudique a diversão e os momentos surpreendentes, como o que… não, vai sem spoiler mesmo. Só dá pra adiantar que, cedo ou tarde, você vai acabar participando do causo. Vai sem medo porque a peça está em cartaz há nada mais nada menos que 26 anos e todo mundo que foi ver, voltou. E chegue à bilheteria do Teatro Solís com antecedência para garantir seu ingresso. São cerca de 40 lugares para cada sessão.
Preço: $U 400,00 (aprox. R$ 40,00) . Ingressos a venda na bilheteria do Teatro Solís.
Após a noite cultural, dá pra terminar no Bar Facal, em uma esquina animada e movimentada da 18 de Julio. Peça um chivito, tradicional sanduíche da baixa gastronomia uruguaia. Há de vários sabores, mas os que tem carne são os melhores. A não ser que você seja vegetariano, escolha o de lomo. Batata frita e chopp acompanham.
Acha que é só isso? Veja clicando aqui vários outros passeios incríveis que saem de Montevidéu. Ou simplesmente clique nos banners abaixo:
Dá uma olhadinha no mapa abaixo para se ter uma ideia das distâncias entre as atrações:
[googlemaps https://www.google.com/maps/d/u/0/embed?mid=1pwQcwkGCe7uxhTtBxqcww0YMjJQ&w=800&h=480]
Em Montevidéu, a hospedagem escolhida foi o Regency Way Montevideo. Um quatro estrelas com localização conveniente e agradável em Pocitos, um dos melhores bairros da cidade. No entanto, você precisará de transporte público ou compartilhado para fazer os passeios. Clique aqui para conferir os preços e disponibilidade.
Encontramos também algumas ofertas de hospedagem na capital uruguaia, olha só:
Booking.comDos três restaurantes que experimentamos, o Francis ( Luis de la Torre 502 )foi o mais gostoso. Os risotos são uma especialidade da casa e a carta de vinhos e ótima. O Garcia ( 1587 Avenida. Alfredo Arocena ), mais tradicional, faz questão de manter a mesma atmosfera há 50 anos. Comapartilhe as ótimas entradas e vá de carne com chopp – é ótimo para um almoço longo. Já o Facal ( Av. 18 de Julio 1249 ), uma instituição e ponto turístico, é uma embaixada da baixa gastronomia. Excelente lugar para provar o chivito, sanduíche para matar a fome antes ou depois de esticar a noite.
Um real (R$) vale aproximadamente 10 pesos uruguaios ($U). É a forma mais fácil de converter. Casas de câmbio aceitam reais e caixas eletrônicos são seguros para sacar em moeda local. Os uruguaios são muito receptivos e calorosos, muitos deles dispostos a arriscar um bom português. Com boa vontade, todo mundo se entende.
Nós visitamos o Uruguai a convite do Uruguay Natural – Ministério do Turismo do Uruguay, com apoio do Seguro GTA.
Texto: Tiago Caramuru
Imagens:Tiago Caramuru
Montagem: Tiago Caramuru / Anderson Spinelli
Edição:Tiago Caramuru
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