Eu tinha visto neve quatro ou cinco vezes mas, depois dessa aqui, acho que as outras nem contam. Em Jackson Hole, ou simplesmente Jackson, no Wyoming, a neve bate no joelho, as ruas somem, a cerveja gela na sacada e parece que é sempre Natal.
A cidade fica em um vale, daí o sobrenome Hole. A paisagem da cordilheira sufocando as pequenas vilas com metros de neve nos telhados, como se fosse chantilly, é embasbacadora. Parece outro planeta. Especialmente quando vista do alto de algum dos picos do Jackson Hole Mountain Resort. A Forbes considerou esse o melhor resort de esqui não só dos Estados Unidos, mas da América do Norte, para 2017. O resort é uma cidade auto-suficiente, que funciona a parte. Dentro dele, um Four Seasons 5 estrelas e, dentro do Four Seasons, eu =D. Da janela do quarto, seria possível ver a pista inteira, se o cume não estivesse tapado pelas nuvens.
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Pausa para o merchan: a história começou no Admirals Club, lounge exclusivo da American Airlines no Terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos. Experiência que se estendeu pelas 10 horas que passei curtindo a na Business Class do novíssimo 787 que a American usa para fazer a rota São Paulo – Dallas. E continuou assim:
1) Jackson Hole Mountain Resort
133 pistas, de todos os níveis. Quem vai esquiar no Jackson Hole Mountain Resort, se apaixona. Há profissionais que vão treinar com seu próprio equipamento e gente que mal consegue ficar de pé nos esquis. Todos são bem vindos e tem seu próprio lugar para praticar na imensa montanha.
É estranho no começo. Muito equipamento pra quem está acostumado a colocar um tênis e pra correr e pronto. Mas é possível e, mais que isso, muito divertido! O dia no Jackson Hole Mountain Resort funciona assim:
Você acorda de manhã cedo, toma café da manhã e vai para a loja de esportes. Lá, aluga todo o equipamento de ski: botas, ski, jaqueta e calça impermeáveis, capacete, óculos e luvas. Eles dão até um sachê aquecedor que, grudado na meia, evita congelamento dos dedos. Dá pra por um dentro de cada luva também. Lembrando que as três meias, duas calças, quatro camisas e cachecol são por sua conta – você já deve chegar preparado pros -10 graus.
Então você embarca em uma das gôndolas, que podem ser aquelas mais hardcore, só com a cadeirinha; até um cable car complexo pra fazer inveja ao bondinho do Pão de Açucar. Elas levam a diferentes picos, que culminam em diferentes trajetos ladeira abaixo. Aí, não jeito: bota esse ski pra fucionar, tenta não mirar em nenhuma árvore e vai! Como ninguém, nasce sabendo, sempre há instrutores pra te ajudar a começar. Há, inclusive, uma área de treinamento para adultos.
Em algumas das paradas das gôndolas – sim, porque é uma rede complexa, há restaurantes e cafés. O Casper foi escolhido pela Shanon, instrutora que estava comigo e o Rafa, do 360 Meridianos. Ela nos levou lá nos dois dias em que esquiamos, pra tomar um chocolate quente. Com o sangue um pouco mais glicosado, saí de lá achando que era profissional. Em uma manhã, já estava com a confiança lá em cima! É aí que vem a parte mais legal: os capotes! Sim, você vai cair e terminar a primeira sessão cheio de dores – os melhores sinais de que o dia foi proveitoso.
E pra não ter dúvidas de que o dia valeu a pena, logo depois que a estação fecha, vem a parte mais legal: o aprés-ski, ou depois do esqui. A gente senta lá, pede uma bebida e fica conversando.
Se isso já é bom em qualquer boteco barato, imagina no meio da neve, com cerveja artesanal que não esquenta nunca, em volta da fogueira! E ainda tem o cenário das Montanhas Rochosas no fundo pra deixar o cenário imbatível.
2) Centro de Jackson
A gastronomia e o conforto são notáveis. O luxo é um negócio alucinante: lindos hotéis, rústicos e conceituados no melhor estilo rancho do interior espalham-se pelo centrinho, cercados de restaurantes charmosos e uma culinária que surpreende quem acha que americano vive só de pizza e hambúrguer. Na segunda metade da viagem, a base para explorar a cidade a la velho oeste foi o Jackson Hotel, a maior novidade entre os hotéis boutique. A 20 minutos de carro do Jackson Hole Mountain Resort, este é o lado mais pitoresco da cidade. Parece os Oito Odiados.
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Caminhar é a melhor forma de explorar esse pedaço. Até porque você será sugado pra dentro de alguma das aconchegantes lojas, cafés e restaurantes, no meio da bateção de perna. Alguns restaurantes que experimentamos e fazem o dia (ou a noite) valer foram o , Kitchen (porções para compartilhar), Lotus (culinária asiática), Silver Dollar Bar (americanices raiz), Handlebar (americanices nutella) e a Cervejaria Snake River (botecão, com uma IPA sensacional).
Sem esquecer do maravilhoso Il Vilagio Osteria, dentro do Jackson Hole Mountain Resort, que foi o melhor restaurante da viagem. Nem olhe o cardápio e vai nessa: Brussel Sprouts (Couve de Bruxelas) para entrada e Risotto Nero (Risotto de arroz negro com frutos do mar) para prato principal. Confie no Maitre para a indicação do vinho, o cara é bão!
3) Yellowstone
Esse era o dia mais esperado da viagem. O Yellowstone inaugurou o conceito de Parque Nacional, sendo o primeiro do mundo, declarado Patrimônio Mundial da UNESCO desde 78 e, o mais importante, a casa do Zé Colméia. Mas a neve estava forte e, assim que cruzamos a primeira portaria do parque, veio a notícia: a estrada por onde acabávamos de passa havia sido fechada, apenas cinco minutos atrás. Por alguns instantes, pensamos: “Que sorte. Mais alguns minutos e não poderíamos ter acesso ao Yellowstone.” Chegamos à recepção da entrada leste do parque nacional e, enquanto o pessoal vestia o macacão impermeável para pilotar o snowmobile, aquele trenó motorizado, veio a notícia: o Yellowstone estava fechado para a resto do dia. Eu não absorvi direito e continuava perguntando pro cara qual era o tamanho debota que eu precisava.
Foi a segunda vez que eu “fechei” o highlight de uma viagem por mau tempo. A primeira havia sido no México e a história está contada aqui, neste vídeo: 3em3.com/rivieranayarit .
Enfim, apesar da decepção por não ter entrado no parque, ver a neve caindo tranquila, no velho oeste, sem programação ou pressa, esteve longe de ser um transtorno. Olhaí, EUA, estamos disponíveis para visitar o Yellowstone quando vocês quiserem =D Inclusive queremos fazer esse passeio aqui, ok?
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Como chegar em Jackson Hole
A American Airlines apoiou essa pauta. Saindo do Brasil, há vôos a partir de São Paulo, Rio de janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Recife e Salvador. De São Paulo e do Rio, a conexão mais conveniente é Dallas, antes do segundo trecho, de aproximadamente duas horas, até Jackson. Já a partir das outras capitais, antes do trecho Dallas – Jackson, há uma parada em Miami.A conectividade dentro dos Estados Unidos faz esse destino ser altamente combinável com uma viagem a Nova York, Miami ou Los Angeles, por exemplo.
Do aeroporto, quinze minutos de estrada te separam da cidade de Jackson. A maneira mais conveniente é alugar um carro já no aeroporto – equipado com os pneus de neve, quando necessário. Pra quem não gosta de dirigir, há serviços de taxi sob demanda. O Uber acaba de iniciar na cidade também e a tendência é que cresça.
Quando ir a Jackson Hole
Jackson tem só 10 mil habitantes e, no inverno isso é percebível. Se você nunca escutou falar de lá, bem vindo ao clube. A falta de fama ajuda muito, na verdade. Tudo em Jackson é fácil, bonito e sem multidões. No verão, no entanto, a população da cidade chega a um milhão de pessoas por mês, por ser uma ótima e super conveniente base para explorar o Yellowstone National Park.
Quanto custa Jackson Hole
O valor do passe diário, no Jackson Hole Mountain Resort, é de US$ 130,00 com acesso livre a todas as gôndolas. As diárias de hotel por um quarto com king bed, em um hotel quatro ou cinco estrelas, variam entre US$ 200,00 e US$ 800,00 .
Onde ficar em Jackson Hole
Hospedando-se duas noites na estação de esqui e outras duas no centro de Jackson, você consegue fazer uma viajassa. Nós testamos dois belíssimos hotéis. Um foi o luxuosíssimo Four Seasons, que fica dentro do próprio Jackson Hole Mountain Resort, logo ao pé das pists de esqui. Este palácio cinco estrelas oferece mimos e mais mimos, incluindo quarto com lareira, banheiro de mármore com closet gigante e surpresas que chegam ao quarto como tábuas e frios e cervejas artesanais.A área comum é linda e inclui restaurantes decorados como autênticos ranchos americanos de inverno, além de piscinas e ofurôs aquecidos. Faça sua reserva por aqui.
O segundo hotel foi o Jackson Hotel, no centrinho da cidade de Jackson e a 20 minutos de carro da estação de esqui. Novíssimo, ele é um hotel boutique clean e minimalista. Para ganhar espaço, o hotel está com tarifas ótimas, que devem ser elevadas a qualquer momento, uma vez que estão muito abaixo do que é praticado em Jackson. Faça sua reserva aqui.
Encontramos também algumas tarifas em oferta para se hospedar em Jackson, confira as promoções abaixo:
Booking.comQuando ir a Jackson Hole
A estação de esqui dura do fim de novembro ao início de abril. Mesmo que haja neve antes ou depois, as atividades do Jackson Hole Mountain Resort são pausadas para manutenção dos equipamentos da estação e preparação para o verão, quando o pessoal usa a cidade como base para visitar o Yellowstone.
Dinheiro em Jackson Hole
A moeda oficial dos Estados Unidos é o dólar americano. Você não terá problema para sacar dinheiro no aeroporto, na cidade, ou na estação de esqui. Apenas não esqueça de sacar uma quantia relevante, uma vez que cada saque internacional tem, além dos impostos, uma tarifa pesada do banco.
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O 3em3 visitou Jackson Hole a convite do Jackson Hole Mountain Resorts, com apoio da American Airlines.
Texto: Tiago Caramuru
Imagens: Tiago Caramuru
Edição: Anderson Spinelli