No Samurai Ninja Museum, aprendi não apenas a empunhar uma katana, mas a compreender séculos da tradição marcial japonesa!
Este é só um dos nossos posts sobre o Japão! Confira aqui todos as nossas postagens neste país incrível!
O peso da hakama – aquela tradicional saia-calça dos guerreiros japoneses – sobre meus ombros trouxe uma sensação inesperada de seriedade. Não era cosplay, não era brincadeira. Ali no Samurai Ninja Museum vestir o traje de um samurai era o primeiro passo para uma imersão em séculos da cultura japonesa.
Agendei uma experiência samurai sem saber muito bem o que esperar. Talvez algumas fotos, movimentos básicos, uma aula meia-boca para gringo ver. Mas o que encontrei foi algo bem diferente: respeito pela tradição, seriedade e, acima de tudo, a oportunidade de manejar uma katana de treino enquanto o sensei me ensinava os fundamentos de uma arte milenar.
A aula do Samurai Ninja Museum
Antes de qualquer movimento, vieram as palavras. Nosso instrutor do Samurai Ninja Museum, com um sotaque que mistura rigor japonês e paciência de professor, nos explicou quem eram os samurais, o que representavam para a sociedade feudal do Japão e por que a espada era considerada a alma do guerreiro.
Não eram apenas soldados – eram guardiões de um código de conduta chamado bushido – o caminho do guerreiro – que pregava lealdade, honra e disciplina inabaláveis. A katana, aquela espada curva que brilha nos filmes e animes, não era uma simples arma: era uma extensão do corpo e símbolo de status, praticamente um objeto sagrado.
Com esse contexto em mente, empunhá-la pela primeira vez ganhou outro significado. O instrutor nos mostrou a postura correta – pés afastados, joelhos flexionados, punhos firmes mas não tensos. Depois, os movimentos básicos como o kesa-giri (o corte diagonal) e o do-giri (o corte horizontal).
Teve até o chiburi – aquele movimento de “limpar” a lâmina após o abate. Um gesto preciso e elegante que simula remover o sangue do adversário. E nessa eu, já suando dentro da hakama, me sentia parte daquele mundo.
O museu do Samurai Ninja Museum
Depois da aula, seguimos para o museu propriamente dito do Samurai Ninja Museum. O espaço é compacto, mas cada centímetro importa: nas vitrines e manequins repousam armaduras yoroi, algumas com mais de 400 anos! Chapas de ferro, capacetes ornamentados com chifres e máscaras faciais que imitam demônios – tudo projetado para proteger o corpo e intimidar o inimigo.
Você acompanha a evolução através das eras: desde os primeiros samurais do período Heian, passando pelas sangrentas batalhas do período Sengoku, até a pacífica era Edo, quando muitos samurais viraram burocratas e a espada virou mais um símbolo do que ferramenta.
Cada armadura conta uma história… Algumas pertenceram a daimyos (os senhores feudais) e outras a guerreiros comuns. Há katanas de verdade também – algumas com a lâmina ainda afiada, testemunhos silenciosos de duelos que, bem, jamais saberemos…
E os ninjas?
Depois dos samurais, há uma área toda dedicada aos shinobi – mais conhecidos por aqui como ninjas. Se os samurais eram a face visível da guerra, os ninjas eram sua versão das sombras: espiões, assassinos, mestres do disfarce e da furtividade.
Nossa guia falou de seus costumes e ainda houve uma parte prática: como segurar e arremessar uma shuriken – as famosas estrelas ninja. E juro que não é tão simples quanto parece. Só acertei duas de quatro tentativas: talvez eu não servisse para espionagem feudal…
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